um lembrete das coisas que sou capaz de fazer *sozinha

duas semanas atrás eu estava embarcando em uma viagem sozinha, que mesmo curta e pra um lugar próximo, foi motivo de muita ansiedade, medos irracionais e noites mal dormidas. diferente da karine de 2016, que amava conhecer novos lugares e passava horas fazendo roteiros e planejando viagens, a karine aqui de 2022 poderia muito bem ter ficado em casa (e perdido o dinheiro das passagens) se não fosse a obrigação de cumprir um trabalho em mg que vinha sendo adiado desde o começo de 2020 (por um motivo que vocês bem já devem saber)(obrigada coronga).

e pensando em coisas que rolaram na minha vida nesses últimos 6 anos, não acho que essa falta de coragem (e medo excessivo de tudo) seja culpa apenas da pandemia. desde 2017 vejo minha ansiedade se intensificar enquanto eu só lidava com isso escondendo a poeira embaixo do tapete. tiveram muitas questões mentais, pessoais, familiares e de trabalho que foram roubando pequenos pedacinhos da pessoa que eu era, até chegar ao ponto de eu não me reconhecer mais. e com a pandemia tudo isso só se intensificou. é muito doido como existem certas coisas que só conseguimos enxergar tomando tempo e distância.

apesar de todos meus medos, da ansiedade paralisante que me tirou a energia por muitos dias e todos momentos em que tive certeza que iria morrer (pois é) — ter conseguido embarcar em um avião sozinha & pra um lugar desconhecido (depois de tanto tempo) & de fato ter apreciado os momentos que vivi nesses quatro dias — foi um grande lembrete das coisas que sou capaz de fazer sozinha. me deu a sensação de que, mesmo não sendo fácil, em algum lugar no meio do caminho ainda vou poder reencontrar pedacinhos de uma minha versão do passado que em alguns pontos era melhor do que essa que escreve aqui hoje.

obs1: ainda vai ter post com mais fotos dessa viagem; obs2: voltei de bh apaixonada e pesquisando o preço dos aluguéis na savassi, pensando que eu adoraria morar ali; obs3: não poderia deixar de citar nesse post que ter desvirtualizado migas aqui do blog (beijos nat & wanilla) deixou essa viagem ainda mais incrível — além de também ter rolado um showzinho da fresno por lá. foi tudo <3

beijos, K.

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22 comentários em “um lembrete das coisas que sou capaz de fazer *sozinha

  1. esse texto falou comigo de tantas formas <3 só queria deixar registrado o quanto te entendo e o tanto que fiquei feliz te vendo em bh. pouco a pouco as coisas vão ficando claras e esse entendimento de que somos capazes sim, é a única coisa que importa. um abraço, ka!

  2. Nossa, eu super te entendo. Estou tentando retomar essa coragem que já era um pouco capenga antes da pandemia.
    Mas vamos que vamos aos poucos nos desafiando e nos reencontrando.
    Já quero ver mais fotos e relatos da viagem.
    Bjs

  3. Esse post me pegou do início ao fim de uma forma que tô há uns minutos pensando no que escrever aqui.
    Meus desejos pra ti são os meus que faço pra mim: que você encontre um pedacinho de quem já foi e sabe que ainda pode ser todos os dias. Se redescobri e resetar algumas coisas na vida é aprender a lidar consigo mesma novamente.

    Você pode fazer muita coisa sozinha. Nós podemos!

    O layout do blog tá lindão! Que bom que você voltou com ele ❤️

    Beijos

    • aaaaa que comentário mais lindo! brigada, thami 🖤 e sim, que a gente consiga encontrar esses pedacinhos perdidos da gente por aí ainda :)

  4. É impressionante a força que a gente carrega por dentro (por mais que a gente ache que não).
    Fico feliz por essa sua conquista ~ que pode parecer pouco para quem não lida com ansiedade & derivados.
    E, poxa, podia ter dado um pulinho aqui no Rio também. \o/

    • obrigada, ca! é exatamente isso. algumas coisas parecem pequenas pra outras pessoas, mas pra gente demanda uma energia (e coragem) imensa. olha que estarei ai pelo rj em dezembro para o show do harry styles. quem sabe esse encontro não acontece? 🖤

  5. Seu blog é uma lindeza, e amei sua experiência de viajar sozinha.
    Em 2018 eu fui viajar sozinha também. Tudo bem que era um local próximo de Brasília, onde moro, porém foi uma experiência bem diferente daquelas que estava acostumada.
    Eu tinha umas amigas na outra cidade que fui, e ainda curti uns rolês a sós.

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    • muito obrigada :) nesse caso o ponto não é nem viajar sozinha (coisa que já tinha feito antes) e sim a ansiedade presente na minha vida nos últimos anos.

  6. é doido como que “forçar” um pouquinho, as vezes, pode fazer total diferença. sair da zona de conforto te deixou apaixonada por bh. algumas coisas só fazem sentido depois que a gente para e pensa, o que tá rolando aqui? e acho que na vida a gente passa por esses momentos de introspecção, de auto análise, de tentar entender a relação com o mundo, o que faz a gente feliz ou o que deixa triste, os gatilhos.

    amei acompanhar sua viagem por bh, pelo insta, pelo tt, pelas fotos. que venham mais momentos assim, inesperados!

    • pois é. nem sempre é fácil conseguir fazer certas coisas. muitas só rolam pela obrigação mesmo (como foi nesse caso). mas é bom ver que apesar de todo caos mental, a gente ainda pode se surpreender positivamente hahaha. tks migo <3

  7. Feliz por você ter conseguido se superar, Kah. Que essa experiência sirva para você sempre lembrar que coisas muito legais podem acontecer quando você enfrenta seus medos e que venham mais oportunidades de você resgatar os seus pedacinhos que ficaram perdidos nos últimos tempos. Beijão!

  8. Que legal você ter conseguido viajar sozinha, muito feliz por você! :’)

    esse período da pandemia também mexeu com várias questões por aqui, e senti muita identificação ao ler o seu texto. Obrigada pela partilha!

    Já quero ver mais fotos da sua viagem, e desejo que continue tendo novas (e boas) experiências ♥️ beijos

  9. finalmente consegui vir comentar aqui e preciso dizer que tô completamente apaixonada pela nova carinha e vibe do blog <3 serio, amiga, tá lindíssimo e muito chic viu

    adorei esse post e fiz questão de ler ele primeiro assim que entrei aqui. senti um mix de tudo isso que você mencionou aqui quando fui pra curitiba sozinha, viajando pela primeira vez na vida sozinha. senti uma coisa que há muito tempo tava guardada e enterrada em mim: saber que eu posso. fazer o que eu quiser (mentira, tem coisa cara ne kkk)

    foi bem libertador e hoje eu fico querendo voltar a ter mini momentos como esse. visitei BH uma vez na vida e me apaixonei também. não tem como não gostar da savassi ne, nem do jeito que mineiro fala "savááássi" ai mt gostoso

    tô curiosa pra ler mais sobre essa aventura. e ver mais aventuras da K. por aí, espero que a gente se reencontre pelo mundo também <3 bêju.

    • amiga também achei chic ter comentário seu aqui com essa foto de cabelo azul (amo mto ela kkkkk). obrigada <3 também tô animada com essa fase nova do blog e espero que ela dure. e também não vejo a hora de poder ter mais momentos como esse que tive em bh. apesar de todo medo envolvido no processo, acho que com tempo e paciência vamos ganhando mais confiança (o que mais falta é o dinheiro mesmo kkkk). e tb espero poder te reencontrar por aí em algum lugar pelo mundo qualquer dia <3

  10. Uma parte do post que achei massa: “uma minha versão do passado que em alguns pontos era melhor do que essa que escreve aqui hoje.” engraçado vc falar isso, pq a gente vive num tempo onde se fala muito em evolução pessoal e afins, como se fossemos SEMPRE melhor do que nossa eu de lá atrás, que nos ensinou tanto, né?

    Enfim, esse post foi curto mas bem forte, e diz muito, creio eu, da vida adulta. ultimamente, tenho corrido atrás de ser autônoma em coisas simples da vida, e resolvido coisas que jamais pensei que o dia de lidar chegaria. é como cortar um fio invisível, e é bem doloroso, mas de verdade… a gente descobre que é MUITO capaz de fazer, acontecer. Feliz por você, por sua viagem, por ter sido algo bom!

    Até mais! (to maratonando, sim!)

    • “é como cortar um fio invisível, e é bem doloroso” MEU DEUS SIM! é bem isso. todos esses processos são internos, difíceis, solitários e dolorosos. mas a gente vai passando por eles e lidando como pode. e sobre versão do passado: pois é! não dá pra evoluir sempre em tudo. reconhecer nossas falhas faz parte do processo, haha. que bom que gostou do post e obrigada pela maratoninha <333